A publicação
desta semana teve um pequeno atraso, mas acredito que será relevante a todos os
leitores. A pesquisa realizada no site do Ministério da Saúde, publicada abaixo
na íntegra – link no rodapé da matéria – conta com informações importantes para
incentivar que deseja parar de fumar, pois insere a família e a residência do
fumante na equação.
Espero que
gostem e que seja importante à todos.
Até a
próxima.
Crianças que convivem com
fumantes: que consequências podem sofrer?
Os efeitos
do tabagismo passivo, que é uma realidade em tempos de Covid-19, podem ser
ainda piores para os pequenos
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ão é surpresa para ninguém o risco que o cigarro oferece para a
saúde. Essa é uma informação bastante disseminada, até mesmo nas carteiras
comercializadas. Mas um ponto importante, e que talvez muita gente deixe passar
batido, é sobre o tabagismo passivo. E quando as crianças são expostas a ele,
os perigos a curto, médio e longo prazo só aumentam.
Quando um cigarro é aceso, somente uma parte da
fumaça é tragada pelo fumante. O restante dela é lançada ao ambiente pela ponta
acesa. É aí que entra o fumante passivo! Mas vale lembrar que são expostas a
esse consumo involuntário não só as pessoas que convivem com fumantes, mas
todas aquelas que estão por perto no momento em que a fumaça é expelida.
Inclusive as crianças.
Sobre os malefícios do cigarro
Muito além dos efeitos psicoativos da
nicotina, provocando a dependência, o cigarro possui outras diversas
substâncias químicas e tóxicas. Segundo o Instituto Nacional do Câncer
(INCA), a fumaça contém mais de 7.000 compostos e substâncias
químicas, sendo que pelo menos 69 deles são responsáveis pelo surgimento do
câncer.
Ainda segundo o INCA, a fumaça é uma mistura de
milhares de substâncias tóxicas diferentes que se constituem de duas fases
fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta por monóxido
de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, entre outros.
A fase particulada contém nicotina e alcatrão.
Para se ter uma ideia da toxidade da fumaça do
cigarro, o monóxido de carbono, por exemplo, é produzido pelos motores de
carros a partir da queima de combustíveis. Quando associado a nicotina é que
surge o risco de doenças cardiovasculares.
Em relação ao alcatrão, que compõe a fase particulada
da fumaça, ele é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente
cancerígenas, e é formado a partir da combustão dos derivados do tabaco,
segundo dados do INCA. Entre elas, é possível encontrar resíduos de
agrotóxicos, substâncias radioativas, acetona e naftalina, por exemplo.
Leia também - Coronavírus e tabagismo: por
que essa relação não dá certo?
Perigo maior para bebês e crianças
Sem dúvida o risco maior fica para o fumante, que
consome por completo as substâncias presentes no cigarro. Mas como vimos, quem
está por perto apenas inalando a fumaça do ambiente também compartilha dos
riscos de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo, incluindo câncer de
pulmão e problemas cardiovasculares. E no ambiente doméstico, essa exposição
pode ser inevitável para os pequenos. Especialmente durante a pandemia de
Covid-19, que aumenta o tempo de convivência entre familiares.
Segundo o Ministério da Saúde,
bebês e crianças são ainda mais suscetíveis ao tabagismo passivo, isso porque o
fumante pode ser um dos pais ou responsáveis, e por elas serem impotentes
diante da situação. Além disso, conforme o artigo da Sociedade Brasileira de
Pediatria, o desenvolvimento incompleto do aparelho respiratório e a
relação entre o volume de substâncias tóxicas inaladas e o peso da criança
tornam a exposição ao cigarro ainda mais maléfica durante a infância.
No caso de mulheres grávidas expostas à fumaça, elas
correm o risco de ter bebês com malformações congênitas, com baixo peso ao
nascer ou ainda natimortos. Em relação aos bebês em fase de amamentação,
estudos apresentados pela Sociedade Brasileira de Pediatria sugerem que eles
podem ter menor capacidade intelectual, maior risco de morte súbita e grave
acometimento respiratório e imunológico.
Ainda segundo informações do Ministério da Saúde, os
efeitos da fumaça podem ser sentidos imediatamente pelos fumantes passivos.
Sendo alguns deles: irritação nos olhos, tosse, dor de cabeça e alergias,
principalmente nas vias respiratórias. No caso das crianças, é percebido um
aumento do número de infecções respiratórias e elevação da pressão arterial.
Inspire-se! 15 motivos para deixar de
fumar
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço?
Outro ponto que vale ser lembrado é a
influência que os pais exercem em relação aos filhos. Em entrevista ao Saúde Brasil,
Beatriz Ávila, psicóloga residente no Programa de Residência Multiprofissional
em Saúde do Adulto e do Idoso do Hospital Universitário de Aracaju (SE),
vinculado à Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH),
afirma que a decisão de começar a fumar possui determinantes multifatoriais,
sendo um deles a herança dos pais.
Ainda segundo a publicação feita pela Sociedade
Brasileira de Pediatria, a exposição ao tabagismo ambiental desde a gravidez
até a primeira infância é um fator que predispõe o início do hábito de fumar na
adolescência. Isso acontece devido à neurotoxicidade decorrente da nicotina.
O alerta deve ser ainda maior agora, uma vez que as
famílias estão passando mais tempo juntas em casa em virtude da pandemia
provocada pelo SARS-Cov-2. Esse pode ser um período estressante para todos, e
pode também aumentar o índice de exposição ao cigarro por parte das crianças
que estão convivendo com os familiares fumantes no ambiente doméstico. Que tal
fazer dessa uma janela de oportunidade para dar um adeus definitivo ao vício?
Para refletir - Menos julgamento e mais empatia: você pode fazer a diferença para que alguém abandone o cigarro de vez
MALEFÍCIOS
DO TABAGISMO PASSIVO
AOS
PRIMEIROS ANOS DE VIDA
Em bebês:
·
Um
risco 5 vezes maior de morte súbita sem causa aparente. (Síndrome da Morte
Súbita em Bebês);
·
Maior
risco de doenças pulmonares até 1 ano de idade proporcionalmente ao número de fumantes
em casa.
Em crianças:
·
Maior
frequência de resfriados e infecções do ouvido médio;
·
Risco
aumentado de doenças respiratórias como pneumonia, bronquites e intensificação
da asma.
Fonte:
Publicado em 16/07/2020 e atualizado em 29/07/2021
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