segunda-feira, 6 de julho de 2020

Artigo Humanização e SUS


Nestes tempos de grande demanda pelos serviços de Saúde, seja nos serviços de pronto atendimento, seja em hospitais, vale lembrar que estamos diante de Pessoas – seres humanos – que estão sob enorme pressão, psicológicas e de cobrança de seus saberes e técnicas para solução de suas inúmeras doenças agora acrescida e agravada pela Covid 19.

Ao falar em seres humanos o foco está mais uma vez no profissional de saúde que deve responder com sua técnica e sua porção humana a situações extremas onde a vida de outro Humano está basicamente em suas mãos. Toda a pressão pela perfeita atuação do profissional vem do paciente e de seus acompanhantes, seja um parente direto ou não, sem que não esqueçamos ainda da profunda cobrança pessoal inserida no comportamento do médico, enfermeiro e técnicos em geral, que se sente responsável pelo pleno restabelecimento da condição anterior de saúde do paciente que está sob seus cuidados.

Isto posto, a reflexão que se apresenta como urgente é não apenas o atendimento ético e técnico do profissional aos seus pacientes, mas, o atendimento humano principalmente. Então o que se estabelece como prioridade e como fator de tempo de permanência do paciente sob os cuidados clínico / hospitalares é atenção à pessoa, ali, que se submete aos conhecimentos e saberes, diante de outro ser humano que lhe vê diante de si não como mero objeto de seus afazeres profissionais mas como outro Ser Humano; com seus medos, angustias e dores e confiança.

A humanização é um assunto tão importante na área da saúde que em 2003 foi lançado o HumanizaSUS, que representa a Política Nacional de Humanização (PNH), que tem como objetivo melhorar o Sistema Único de Saúde.

Para alcançar um patamar mais elevado na área da saúde, o HumanizaSUS pretende inovar na área da saúde. De acordo com o Ministério da Saúde as principais inovações são:

 

  • Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores;
  • Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos;
  • Aumento do grau de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;
  • Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;
  • Mapeamento e interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde;
  • Defesa de um SUS que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, origem, gênero e orientação sexual;
  • Mudança nos modelos de atenção e gestão em sua dissociabilidade, tendo como foco as necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no trabalho;
  • Proposta de um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais resolutivo;
  • Compromisso com a qualificação da ambiência, melhorando as condições de trabalho e de atendimento;
  • Compromisso com a articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de saúde;
  • Luta por um SUS mais humano, porque construído com a participação de todos e comprometido com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um.


 


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