Nestes tempos de grande demanda pelos serviços de
Saúde, seja nos serviços de pronto atendimento, seja em hospitais, vale
lembrar que estamos diante de Pessoas – seres humanos – que estão sob enorme
pressão, psicológicas e de cobrança de seus saberes e técnicas para solução de
suas inúmeras doenças agora acrescida e agravada pela Covid 19.
Ao falar em seres humanos o foco está mais uma
vez no profissional de saúde que deve responder com sua técnica e sua porção
humana a situações extremas onde a vida de outro Humano está basicamente em
suas mãos. Toda a pressão pela perfeita atuação do profissional vem do paciente
e de seus acompanhantes, seja um parente direto ou não, sem que não esqueçamos
ainda da profunda cobrança pessoal inserida no comportamento do médico,
enfermeiro e técnicos em geral, que se sente responsável pelo pleno
restabelecimento da condição anterior de saúde do paciente que está sob seus
cuidados.
Isto posto, a reflexão que se apresenta como
urgente é não apenas o atendimento ético e técnico do profissional aos seus
pacientes, mas, o atendimento humano principalmente. Então o que se estabelece
como prioridade e como fator de tempo de permanência do paciente sob os cuidados
clínico / hospitalares é atenção à pessoa, ali, que se submete aos
conhecimentos e saberes, diante de outro ser humano que lhe vê diante de si não
como mero objeto de seus afazeres profissionais mas como outro Ser Humano; com
seus medos, angustias e dores e confiança.
A humanização é um assunto tão importante na
área da saúde que em 2003 foi lançado o HumanizaSUS, que representa a Política
Nacional de Humanização (PNH), que tem como objetivo melhorar o Sistema Único
de Saúde.
Para alcançar um patamar mais elevado na área da saúde, o
HumanizaSUS pretende inovar na área da saúde. De acordo com o Ministério da
Saúde as principais inovações são:
- Valorização dos
diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários,
trabalhadores e gestores;
- Fomento da
autonomia e do protagonismo desses sujeitos e dos coletivos;
- Aumento do grau
de corresponsabilidade na produção de saúde e de sujeitos;
- Estabelecimento
de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão;
- Mapeamento e
interação com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde;
- Defesa de um SUS
que reconhece a diversidade do povo brasileiro e a todos oferece a mesma
atenção à saúde, sem distinção de idade, etnia, origem, gênero e
orientação sexual;
- Mudança nos
modelos de atenção e gestão em sua dissociabilidade, tendo como foco as
necessidades dos cidadãos, a produção de saúde e o próprio processo de
trabalho em saúde, valorizando os trabalhadores e as relações sociais no
trabalho;
- Proposta de um
trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais
resolutivo;
- Compromisso com
a qualificação da ambiência, melhorando as condições de trabalho e de
atendimento;
- Compromisso com
a articulação dos processos de formação com os serviços e práticas de
saúde;
- Luta por um SUS
mais humano, porque construído com a participação de todos e comprometido
com a qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e
qualquer um.
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