Palavras-chave:
Multidisciplinaridade,
Gestão, Educação continuada, Enfermagem, Serviço Social, Motoristas.
Com o
objetivo de proporcionar aos motoristas de Serviço de Transporte de para a Assistência
Social e de Saúde uma oportunidade de atualização / treinamento profissional no
âmbito do modelo de atuação da
humanização do atendimento do SUS, no Município de São Gonçalo, elaboramos este
curso que visa oferecer aos usuários, uma experiência humanizada dentro da
proposta do HumanizaSus em um Plano de Educação permanente para motoristas com
foco na interação entre as pessoas.
A proposta
tem público alvo definido nos Motoristas Estatutários e Contratados das
secretarias de Serviço Social e ainda da Secretaria de Saúde nas mais diversas
áreas de atuação destes profissionais nas suas rotinas.
A
necessidade de criação desta proposta surgiu no âmbito da observação empírica da
rotina de trabalho no ambiente específico deste setor da assistência aos
usuários dos serviços disponíveis no município, que possui quadro de motoristas
qualificados na condução de veículos – devidamente habilitados e legalizados –
mas sem qualquer treinamento formal que o identifique como sujeito ativo nas
práticas de acolhimento e compreensão, específicos das demandas do Serviço
Social e de Saúde.
Estabelecer
aos servidores um momento de reflexão e aprendizado teórico sobre seu dia-a-dia
profissional, com proposta de metodologia de trabalho atualizada e baseada em
evidência e metodologia teórica que estabeleça uma melhor experiência de
atendimento aos nossos passageiros sejam os usuários ou demais servidores.
Proporcionar aos nossos motoristas essas ferramentas
profissionais, esse olhar e esse sentir, e onde este profissional pode e deve
encontrar o treinamento que lhe permita ser parte atuante e constante da
atividade, tornando-o instrumento partícipe do processo de acolhimento e
transformação de vida que o usuário do serviço social busca. Um atendimento
humanizado no transporte de usuários de Saúde e de Serviço Social dentro de uma
cultura de Educação Continuada que propiciam uma formação diferenciada e
complementar para os motoristas que, nesta visão, colabora ainda com autoestima
destes profissionais.
A
Política Nacional de Humanização (PNH) da Atenção e Gestão no Sistema Único de
Saúde, instituída pelo Ministério da Saúde em 2003 surgiu a partir da
necessidade de se repensar o modelo de gestão e atenção, tendo como valores
norteadores a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, além da
co-responsabilidade e construção de redes de cooperação e participação coletiva
no processo de produção de saúde, apostando na indissociabilidade entre os
modos de produzir saúde e os modos de gerir os processos de trabalho, entre
atenção e gestão, entre clínica e política, entre produção de saúde e produção
de subjetividade.
Tem
por objetivo provocar inovações nas práticas gerenciais e de produção de saúde,
propondo para os diferentes coletivos/equipes implicados nestas práticas o
desafio de superar limites, experimentar novas formas de organização dos
serviços e novos modos de produção e circulação de poder.
Por
humanização entendemos a valorização da dimensão subjetiva e coletiva em todas
as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecimento do trabalho em equipe
multiprofissional fomentando a transversalidade e a grupalidade através de um
modelo de gestão descentralizada, participativa e horizontal tendo como
compromisso a democratização das relações de trabalho e valorização de
usuários, gestores e trabalhadores, estimulando processos de educação
permanente e organização de espaços de trabalho saudáveis e acolhedores.
Fonte: https://www.saude.rj.gov.br/humanizacao/politica-de-humanizacao
As principais
dificuldades, que são causadas pelo despreparo profissional e pelas más
condições de trabalho nas organizações de saúde. Nos permite considerar que os
modelos de gestão para a qualidade (gerência ou administração), os programas de
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e os aspectos éticos na administração das
organizações de saúde são importantes interfaces da política de humanização da assistência,
pois os modelos de gestão de qualidade propõem metodologias para melhorar o
desempenho das organizações. Os programas de QVT objetivam melhorar a qualidade
de vida global do trabalhador e a ética na administração hospitalar qualifica o
trabalho desenvolvido nos serviços de saúde.
As
principais mudanças que ocorreram no país, nos últimos anos, exigiram
modificações nos modelos de atenção do sistema de saúde. Foram elas:
- No papel do Estado,
no mercado e na atenção à saúde da população;
- No nível
sociocultural da população que passou a cobrar seus direitos de cidadania;
- No perfil
epidemiológico e demográfico da população;
- Na tecnologia;
- Na atitude dos
gestores preocupados com o aspecto financeiro que exigem contenção de gastos e
melhores resultados com a mesma disponibilidade de dinheiro.
Como
consequência, surgiu uma política de saúde que articula o hospital, até então
aceito como modelo hegemônico, como integrante da organização sanitária, que
deve funcionar em sistema de rede, onde estão presentes serviços que vão da
menor complexidade até o da maior complexidade.
Os
estudiosos dos problemas relacionados à força de trabalho da área da saúde têm
abordado com preocupação as questões relativas a esse segmento. No Brasil, o
trabalhador da área da saúde tem sido percebido, basicamente, sob dois
enfoques: parte das causas dos problemas no setor de saúde ou como prejudicado
pelo sistema de saúde. a) Como parte das causas dos problemas no setor saúde,
devido: - A formação reducionista (biológica e positivista) sem preparo para
atuar considerando todas as dimensões do ser humano e propostas do SUS; - Ao
despreparo para lidar com os aspectos subjetivo e social do usuário; - Ao
estabelecimento de relações de classe com o usuário SUS, prejudicando o
atendimento prestado. Tal situação é atribuída principalmente ao profissional
de nível universitário. b) Como prejudicado pelo sistema de saúde devido: - Ao
recebimento de baixos salários e falta de planos de carreiras adequados nas
organizações; - A falta de preocupação dos órgãos formadores e organizações de
trabalho para prepará-lo para atuar de maneira holística junto ao usuário; -
Aos esquemas massacrantes de trabalho, o que significa, entre outros: longas
jornadas e grande carga de trabalho, rodízios de turnos e local de atuação,
divisão do trabalho por tarefas e necessidade de mais de um emprego para poder
sobreviver; - Ao desgaste sofrido pela exposição ao sofrimento e falta de
suporte para lidar com os problemas enfrentados pela população: dor, morte e
miséria: - Ausência de oportunidade de usufruir momentos de descontração e
lazer como mecanismos compensatórios ao desgaste físico e emocional.
Fonte:
http://hc.fm.usp.br/humaniza/pdf/livro/livro_dra_inaia_Humanizacao_nos_Hospitais_do_Brasil.pdf
A partir da análise de todo o escopo
adotado na humanização dos serviços de saúde e analisando ainda o campo de
trabalho do Serviço Social, visto aqui de maneira ampla e mais abrangente que o
olhar sobre o Assistente Social em si. Abordamos aqui o trabalho realizado por
este profissional e pelos os demais profissionais auxiliares envolvidos no
trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Discutir
o trabalho do assistente social na área da saúde com enfoque na Política de
Humanização nos remete a algumas características que desvendam a
particularidade desse complexo processo de trabalho, no qual o Serviço Social é
historicamente e culturalmente identificado como uma das profissões da saúde
que tem se dedicado às questões relativas à humanização do atendimento.
Tendo
como premissa o compromisso com o reconhecimento da saúde como resultante das
condições de vida, derivadas das condições econômicas, políticas, sociais e
culturais da população.
O
assistente social tem o compromisso de, humanizar a relação com o usuário de
saúde e exige que o trabalhador valorize a afetividade e a sensibilidade como
elementos necessários ao cuidar. Porém, compreendemos que tal relação não supõe
um ato de caridade exercido por profissionais abnegados e já portadores de
qualidades humanas essenciais, mas um encontro entre sujeitos, pessoas humanas,
que podem construir uma relação saudável, compartilhando saber, poder e
experiência vivida.
A prática interdisciplinar
efetivamente poderá contribuir na possibilidade de resgate da “humana ação” na
assistência e, assim, efetivar as premissas constitutivas da Carta Magna e,
oportunizar a condição digna do sujeito à condição de cidadão.
Fonte:
Serviço social e humanização: experiência da residência em Saúde - universidade
federal do triângulo mineiro – Andreia Cristina Rodrigues e outros - PDF
A participação
dos assistentes sociais nos processos de trabalho desenvolvidos no campo da
saúde. Buscaremos aqui nos deter, com maior ênfase, nas observações da autora
acerca da forma como se configura o trabalho dos assistentes sociais no campo
específico da assistência hospitalar, já que esta área específica e a
compreensão de suas particularidades é o foco do nosso interesse.
O conjunto de atividades desenvolvidas
pelo Serviço Social nos serviços de saúde é direcionado por meio dos seguintes núcleos de objetivação:
1) levantamento de dados para a caracterização e identificação
das condições socioeconômicas dos usuários;
2) interpretação de normas e rotinas; procedimentos de natureza
educativa como orientação e encaminhamentos individuais e coletivos;
3) agenciamento de medidas e iniciativas de caráter
emergencial;
4) desenvolvimento de atividades de apoio pedagógico e
técnico político junto aos funcionários, aos representantes dos usuários no
sistema e a comunidade de usuários.
Na realização das rotinas de trabalho
empreendidas pelos assistentes sociais que atuam no contexto auxiliar dos
serviços de saúde, o cotidiano destes profissionais é significativamente marcado
pelo constante contato com a população, apesar de ser bastante mediado pela
aplicação de tarefas disciplinares.
Fonte: Pensando a
Humanização da Prática Profissional do Assistente Social na Assistência
Hospitalar – PUC Rio – PDF 05110676/CA
Escopo do Curso
Certificados ou diplomas exigidos:
Para
condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja
lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;
O Código Nacional de Trânsito exige que qualquer motorista que Exerce Atividade Remunerada com
veículo tenha essa observação na habilitação.
Quem pode pedir CNH com
EAR? Qualquer motorista habilitado,
independente de categoria (A,
B, C, D ou E), incluindo quem tem apenas a Permissão Para Dirigir (PPD).
A
partir de agora, ao renovar a carteira, os motoristas terão de fazer avaliação
psicológica e registrar que exercem atividade remunerada na carteira de
habilitação. Motoristas de ônibus e vans (inclusive de transporte escolar),
motoristas de veículos de emergência e motoristas de transporte de cargas
perigosas terão que fazer cursos especializados e registrá-los na carteira.
A
Carteira Nacional de Habilitação trará a informação de que o motorista está
apto a exercer transporte remunerado. O Detran só poderá incluir este dado na
Carteira Nacional de Habilitação do motorista após aprovação na avaliação
psicológica.
Importância da profissão
Em uma
jornada demarcada por obstáculos e desafios a cada esquina. Falta de segurança,
infraestrutura rodoviária precária, ausência de pontos de parada, trânsito
hostil. Assim é a rotina daqueles que ganham a vida atrás de um volante. Apesar
dessa realidade – para muitos, pouco atrativa – caminhoneiros, taxistas,
motoristas de ônibus, de van escolar, de ambulância têm em comum o orgulho pela
profissão. São movidos pela crença de que, sem eles, toda uma nação pode parar.
Educação no trânsito:
A
educação para o trânsito é um tipo de aprendizado que mostra os direitos e os
deveres do cidadão no trânsito de uma cidade. Tanto motoristas como pedestres
devem respeitar as placas de trânsito para manter o tráfego nas cidades em
ordem e evitar acidentes.
Ambiente de trabalho
A
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) pode ser definida pela busca do equilíbrio
psíquico, físico e social onde são respeitadas as necessidades e limitações do
ser humano resultando num crescimento pessoal e profissional, sem traumas,
afetando atitudes pessoais e comportamentais relevantes para a produtividade
pessoal e grupal.
A vivência profissional da rotina como motorista - tanto
na Secretaria de Saúde quanto no Serviço Social – demonstrou de maneira empírica,
como o treinamento para o trabalho com o público diferenciado em relação ao seu
transportado atendido, a saber, pessoas em risco social e doentes, ainda que não
em situação de emergência. É preciso atentar pela necessidade de levar a este
profissional as ferramentas teóricas disponibilizadas aos demais profissionais
mais graduados, quais sejam: os conhecimentos desenvolvidos para ofertar um Serviço
Humanizado aos passageiros – sejam os técnicos sejam os pacientes ou as pessoas
em risco social.
Esse
treinamento, sem dúvida aumentará a auto estima e o orgulho profissional dessa
categoria que por ser vista como parte de um serviço auxiliar
dentro das diversas categorias profissionais nas referidas Secretarias, sempre é
deixado de lado nas questões de treinamento teórico e acadêmico. Este Treinamento
teórico que precisa ser adequado em sua linguagem e referencial para atingir de
forma objetiva sem exigência de conhecimento prévio do motorista em processo de
Humanização no Serviço.