segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Humanização dos Serviços de Transporte

 


Palavras-chave:

Multidisciplinaridade, Gestão, Educação continuada, Enfermagem, Serviço Social, Motoristas.

 

            Com o objetivo de proporcionar aos motoristas de Serviço de Transporte de para a Assistência Social e de Saúde uma oportunidade de atualização / treinamento profissional no âmbito do modelo de atuação da humanização do atendimento do SUS, no Município de São Gonçalo, elaboramos este curso que visa oferecer aos usuários, uma experiência humanizada dentro da proposta do HumanizaSus em um Plano de Educação permanente para motoristas com foco na interação entre as pessoas.

            A proposta tem público alvo definido nos Motoristas Estatutários e Contratados das secretarias de Serviço Social e ainda da Secretaria de Saúde nas mais diversas áreas de atuação destes profissionais nas suas rotinas.

            A necessidade de criação desta proposta surgiu no âmbito da observação empírica da rotina de trabalho no ambiente específico deste setor da assistência aos usuários dos serviços disponíveis no município, que possui quadro de motoristas qualificados na condução de veículos – devidamente habilitados e legalizados – mas sem qualquer treinamento formal que o identifique como sujeito ativo nas práticas de acolhimento e compreensão, específicos das demandas do Serviço Social e de Saúde.

 

            Estabelecer aos servidores um momento de reflexão e aprendizado teórico sobre seu dia-a-dia profissional, com proposta de metodologia de trabalho atualizada e baseada em evidência e metodologia teórica que estabeleça uma melhor experiência de atendimento aos nossos passageiros sejam os usuários ou demais servidores.

Proporcionar aos nossos motoristas essas ferramentas profissionais, esse olhar e esse sentir, e onde este profissional pode e deve encontrar o treinamento que lhe permita ser parte atuante e constante da atividade, tornando-o instrumento partícipe do processo de acolhimento e transformação de vida que o usuário do serviço social busca. Um atendimento humanizado no transporte de usuários de Saúde e de Serviço Social dentro de uma cultura de Educação Continuada que propiciam uma formação diferenciada e complementar para os motoristas que, nesta visão, colabora ainda com autoestima destes profissionais.

 

A Política Nacional de Humanização (PNH) da Atenção e Gestão no Sistema Único de Saúde, instituída pelo Ministério da Saúde em 2003 surgiu a partir da necessidade de se repensar o modelo de gestão e atenção, tendo como valores norteadores a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, além da co-responsabilidade e construção de redes de cooperação e participação coletiva no processo de produção de saúde, apostando na indissociabilidade entre os modos de produzir saúde e os modos de gerir os processos de trabalho, entre atenção e gestão, entre clínica e política, entre produção de saúde e produção de subjetividade.

Tem por objetivo provocar inovações nas práticas gerenciais e de produção de saúde, propondo para os diferentes coletivos/equipes implicados nestas práticas o desafio de superar limites, experimentar novas formas de organização dos serviços e novos modos de produção e circulação de poder.

Por humanização entendemos a valorização da dimensão subjetiva e coletiva em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional fomentando a transversalidade e a grupalidade através de um modelo de gestão descentralizada, participativa e horizontal tendo como compromisso a democratização das relações de trabalho e valorização de usuários, gestores e trabalhadores, estimulando processos de educação permanente e organização de espaços de trabalho saudáveis e acolhedores.

Fonte: https://www.saude.rj.gov.br/humanizacao/politica-de-humanizacao

 

As principais dificuldades, que são causadas pelo despreparo profissional e pelas más condições de trabalho nas organizações de saúde. Nos permite considerar que os modelos de gestão para a qualidade (gerência ou administração), os programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e os aspectos éticos na administração das organizações de saúde são importantes interfaces da política de humanização da assistência, pois os modelos de gestão de qualidade propõem metodologias para melhorar o desempenho das organizações. Os programas de QVT objetivam melhorar a qualidade de vida global do trabalhador e a ética na administração hospitalar qualifica o trabalho desenvolvido nos serviços de saúde.

As principais mudanças que ocorreram no país, nos últimos anos, exigiram modificações nos modelos de atenção do sistema de saúde. Foram elas:

- No papel do Estado, no mercado e na atenção à saúde da população;

- No nível sociocultural da população que passou a cobrar seus direitos de cidadania;

- No perfil epidemiológico e demográfico da população;

- Na tecnologia;

- Na atitude dos gestores preocupados com o aspecto financeiro que exigem contenção de gastos e melhores resultados com a mesma disponibilidade de dinheiro.

 

Como consequência, surgiu uma política de saúde que articula o hospital, até então aceito como modelo hegemônico, como integrante da organização sanitária, que deve funcionar em sistema de rede, onde estão presentes serviços que vão da menor complexidade até o da maior complexidade.

Os estudiosos dos problemas relacionados à força de trabalho da área da saúde têm abordado com preocupação as questões relativas a esse segmento. No Brasil, o trabalhador da área da saúde tem sido percebido, basicamente, sob dois enfoques: parte das causas dos problemas no setor de saúde ou como prejudicado pelo sistema de saúde. a) Como parte das causas dos problemas no setor saúde, devido: - A formação reducionista (biológica e positivista) sem preparo para atuar considerando todas as dimensões do ser humano e propostas do SUS; - Ao despreparo para lidar com os aspectos subjetivo e social do usuário; - Ao estabelecimento de relações de classe com o usuário SUS, prejudicando o atendimento prestado. Tal situação é atribuída principalmente ao profissional de nível universitário. b) Como prejudicado pelo sistema de saúde devido: - Ao recebimento de baixos salários e falta de planos de carreiras adequados nas organizações; - A falta de preocupação dos órgãos formadores e organizações de trabalho para prepará-lo para atuar de maneira holística junto ao usuário; - Aos esquemas massacrantes de trabalho, o que significa, entre outros: longas jornadas e grande carga de trabalho, rodízios de turnos e local de atuação, divisão do trabalho por tarefas e necessidade de mais de um emprego para poder sobreviver; - Ao desgaste sofrido pela exposição ao sofrimento e falta de suporte para lidar com os problemas enfrentados pela população: dor, morte e miséria: - Ausência de oportunidade de usufruir momentos de descontração e lazer como mecanismos compensatórios ao desgaste físico e emocional.

Fonte: http://hc.fm.usp.br/humaniza/pdf/livro/livro_dra_inaia_Humanizacao_nos_Hospitais_do_Brasil.pdf

 

A partir da análise de todo o escopo adotado na humanização dos serviços de saúde e analisando ainda o campo de trabalho do Serviço Social, visto aqui de maneira ampla e mais abrangente que o olhar sobre o Assistente Social em si. Abordamos aqui o trabalho realizado por este profissional e pelos os demais profissionais auxiliares envolvidos no trabalho da Secretaria de Desenvolvimento Social.

Discutir o trabalho do assistente social na área da saúde com enfoque na Política de Humanização nos remete a algumas características que desvendam a particularidade desse complexo processo de trabalho, no qual o Serviço Social é historicamente e culturalmente identificado como uma das profissões da saúde que tem se dedicado às questões relativas à humanização do atendimento.

Tendo como premissa o compromisso com o reconhecimento da saúde como resultante das condições de vida, derivadas das condições econômicas, políticas, sociais e culturais da população.

O assistente social tem o compromisso de, humanizar a relação com o usuário de saúde e exige que o trabalhador valorize a afetividade e a sensibilidade como elementos necessários ao cuidar. Porém, compreendemos que tal relação não supõe um ato de caridade exercido por profissionais abnegados e já portadores de qualidades humanas essenciais, mas um encontro entre sujeitos, pessoas humanas, que podem construir uma relação saudável, compartilhando saber, poder e experiência vivida.

A prática interdisciplinar efetivamente poderá contribuir na possibilidade de resgate da “humana ação” na assistência e, assim, efetivar as premissas constitutivas da Carta Magna e, oportunizar a condição digna do sujeito à condição de cidadão.

 

Fonte: Serviço social e humanização: experiência da residência em Saúde - universidade federal do triângulo mineiro – Andreia Cristina Rodrigues e outros - PDF

 

A participação dos assistentes sociais nos processos de trabalho desenvolvidos no campo da saúde. Buscaremos aqui nos deter, com maior ênfase, nas observações da autora acerca da forma como se configura o trabalho dos assistentes sociais no campo específico da assistência hospitalar, já que esta área específica e a compreensão de suas particularidades é o foco do nosso interesse.

O conjunto de atividades desenvolvidas pelo Serviço Social nos serviços de saúde é direcionado por meio dos seguintes  núcleos de objetivação:

1) levantamento de dados para a caracterização e identificação das condições socioeconômicas dos usuários;

2) interpretação de normas e rotinas; procedimentos de natureza educativa como orientação e encaminhamentos individuais e coletivos;

3) agenciamento de medidas e iniciativas de caráter emergencial;

4) desenvolvimento de atividades de apoio pedagógico e técnico político junto aos funcionários, aos representantes dos usuários no sistema e a comunidade de usuários.

Na realização das rotinas de trabalho empreendidas pelos assistentes sociais que atuam no contexto auxiliar dos serviços de saúde, o cotidiano destes profissionais é significativamente marcado pelo constante contato com a população, apesar de ser bastante mediado pela aplicação de tarefas disciplinares.

Fonte: Pensando a Humanização da Prática Profissional do Assistente Social na Assistência Hospitalar – PUC Rio – PDF 05110676/CA

Escopo do Curso

Certificados ou diplomas exigidos:

Para condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o do motorista;

O Código Nacional de Trânsito exige que qualquer motorista que Exerce Atividade Remunerada com veículo tenha essa observação na habilitação. Quem pode pedir CNH com EAR? Qualquer motorista habilitado, independente de categoria (A, B, C, D ou E), incluindo quem tem apenas a Permissão Para Dirigir (PPD).

https://www.icarros.com.br/

A partir de agora, ao renovar a carteira, os motoristas terão de fazer avaliação psicológica e registrar que exercem atividade remunerada na carteira de habilitação. Motoristas de ônibus e vans (inclusive de transporte escolar), motoristas de veículos de emergência e motoristas de transporte de cargas perigosas terão que fazer cursos especializados e registrá-los na carteira.

A Carteira Nacional de Habilitação trará a informação de que o motorista está apto a exercer transporte remunerado. O Detran só poderá incluir este dado na Carteira Nacional de Habilitação do motorista após aprovação na avaliação psicológica.

http://www.detran.rj.gov.br/

 

Importância da profissão

Em uma jornada demarcada por obstáculos e desafios a cada esquina. Falta de segurança, infraestrutura rodoviária precária, ausência de pontos de parada, trânsito hostil. Assim é a rotina daqueles que ganham a vida atrás de um volante. Apesar dessa realidade – para muitos, pouco atrativa – caminhoneiros, taxistas, motoristas de ônibus, de van escolar, de ambulância têm em comum o orgulho pela profissão. São movidos pela crença de que, sem eles, toda uma nação pode parar.

Educação no trânsito:

A educação para o trânsito é um tipo de aprendizado que mostra os direitos e os deveres do cidadão no trânsito de uma cidade. Tanto motoristas como pedestres devem respeitar as placas de trânsito para manter o tráfego nas cidades em ordem e evitar acidentes.

Ambiente de trabalho

A Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) pode ser definida pela busca do equilíbrio psíquico, físico e social onde são respeitadas as necessidades e limitações do ser humano resultando num crescimento pessoal e profissional, sem traumas, afetando atitudes pessoais e comportamentais relevantes para a produtividade pessoal e grupal.

 

            A vivência profissional da rotina como motorista - tanto na Secretaria de Saúde quanto no Serviço Social – demonstrou de maneira empírica, como o treinamento para o trabalho com o público diferenciado em relação ao seu transportado atendido, a saber, pessoas em risco social e doentes, ainda que não em situação de emergência. É preciso atentar pela necessidade de levar a este profissional as ferramentas teóricas disponibilizadas aos demais profissionais mais graduados, quais sejam: os conhecimentos desenvolvidos para ofertar um Serviço Humanizado aos passageiros – sejam os técnicos sejam os pacientes ou as pessoas em risco social.

Esse treinamento, sem dúvida aumentará a auto estima e o orgulho profissional dessa categoria que por ser vista como parte de um serviço auxiliar dentro das diversas categorias profissionais nas referidas Secretarias, sempre é deixado de lado nas questões de treinamento teórico e acadêmico. Este Treinamento teórico que precisa ser adequado em sua linguagem e referencial para atingir de forma objetiva sem exigência de conhecimento prévio do motorista em processo de Humanização no Serviço.